Gravidez na adolescência: Quando ainda não se está preparada para ser mãe


Apesar de em alguns países a adolescência ser considerada como um período dos 10 aos 20 anos, aqui no Brasil consideramos adolescentes crianças de 10 a 18 anos. A gravidez na adolescência ainda é um problema comum e apresenta vários riscos.

Uma adolescente, apesar de já ter entrado no ciclo menstrual, não tem ainda a formação completa do seu corpo. Além do mais, para ser mãe é necessário que haja não só formação corporal, como formação emocional, social e psicológica.

A gravidez na adolescência é um risco para a geradora, que pode sofrer de complicações de saúde antes e durante o parto, e para a criança, que pode nascer com má formação, em um lar sem base emocional, financeiro e educacional, ou até mesmo ser abandonada sem muitas expectativas.

Os jovens tem iniciado a prática sexual cada vez mais cedo e isso tem resultados em problemas sociais muito graves. Por conta da prática sexual sem conscientização, sem prevenção, além da gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis estão ficando mais comuns.

É muito importante que nessa situação, apesar das dificuldades familiares que pode ocorrer, a família esteja próxima da adolescente, oferecendo todo o apoio psicológico e emocional que ela irá precisar, além de financeiro.

É normal que nesses casos a adolescente não continue o relacionamento amoroso com o parceiro o que pode implicar em problemas psicológicos e emocionais graves. Com o apoio da família ela terá condições de levar adiante a gravidez e aos poucos ir se estruturando para a nova vida.


Causas

O maior motivo para a causa da gravidez na adolescência é a falta de informação. Apesar de a orientação sexual ser obrigatória no ensino fundamental e médio, muitas instituições passam por ele de forma superficial, por conta de constrangimentos.

Outro motivo para a falta de abordagem correta das escolas é por suas bases tradicionalistas que acham que ensinar sobre relações sexuais e suas prevenções é de alguma forma, incentivar que as crianças e adolescentes passem a praticar sexo mais cedo.

A maior incidência de casos de gravidez na adolescência acontece nos lugares mais pobres, onde as pessoas estão em situações à margem da sociedade. Sem a segurança de uma educação e de assistência na saúde com qualidade, os riscos de problemas de gravidez e doenças tornam-se comum.

A falta de uma base familiar forte também colabora para a incidência desse problema. A falta de diálogo dos pais com os filhos, por causa de constrangimentos ou também por acharem que de certa forma estarão incentivando a prática sexual, pode ter resultados maléficos na vida dos adolescentes.

Infelizmente precisamos concordar que, em muitos casos, a gravidez na adolescência também é causada por negligência e irresponsabilidade. Por achar que certos métodos contraceptivos são incômodos, muitas jovens utilizam de práticas como coito interrompido ou tabelinha para aventurarem uma proteção.

Esses métodos não são seguros! Os índices de adolescentes que engravidam através do uso dessas táticas é muito grande. A contagem dos dias férteis pode ter alteração e não é exata, além de que o coito interrompido pode não ser feito na hora exata, fazendo com que o sêmen tenha contato com a parte interna da vagina da mulher.

Efeitos corporais da gravidez na adolescência

  • Anemia;
  • Eclâmpsia (quando a pressão arterial da mãe sobe muito na hora do parto, o que pode levar a complicações e até ao óbito);
  • Má formação do bebê;
  • Obrigatoriedade do parto cesário (Na maioria dos casos, o corpo da adolescente junto com os problemas de saúde que podem ser desencadeados pela gestação, não permite um parto normal);
  • Bebê com pouco peso ao nascer;
  • Risco de aborto espontâneo.

Efeitos psicológicos e emocionais da gravidez na adolescência

Gravidez na adolescência

  • Interrupção de carreira escolar;
  • Depressão pós-parto e rejeição ao bebê;
  • Medo da rejeição social;
  • Dificuldades financeiras;
  • Estrutura familiar limitada;
  • Abandono da criança;
  • Crianças filhas de pais adolescentes tem maior risco de problemas escolares e psicológicos;

Como prevenir?

Só há gravidez quando o sêmen chega ao útero da mulher durante o seu período fértil. A fertilidade da mulher ocorre 14 dias antes do período menstrual. Nesse período os cuidados precisam ser redobrados.

Existem alguns métodos contraceptivos completamente eficazes no combate à gravidez na adolescência. Formas simples, seguras e baratas que tem ajudam inclusive dos poderes políticos.

Veja abaixo alguns dos métodos de prevenção da gravidez na adolescência:

  • Camisinha: É necessário usar uma a cada ejaculação. Além de evitar a gravidez, a camisinha evita a contração de doenças sexualmente transmissíveis (DST) como a sífilis ou até mesmo a AIDS;
  • Espermicida: É necessário pulverizar na vagina antes da relação sexual e utilizar juntamente com a camisinha;
  • Pílula anticoncepcional: Esse método precisa ser orientado por um médico, caso contrário, o uso de forma errada não irá prevenir a gravidez;

É importante salientar de novo que os métodos da tabelinha e do coito interrompido não são seguros e não são aconselhados. Caso haja insistência na ação desses tipos de táticas a gravidez e doenças poderão surgir.

Outro ponto importante é salientar que a pílula do dia seguinte só deve ser consumida em situações de emergência (se a camisinha se romper ou em casos de abuso sexual). O uso contínuo desse medicamento altera a produção de hormônios e não tem eficácia depois de 72h do ato sexual.

Acompanhamento médico pré-natal

Assim que tiver o diagnóstico da gravidez na adolescência é importante que a jovem procure imediatamente acompanhamento médico e inicie o seu pré-natal. O pré-natal consiste em atendimento médico, social, psicológico e odontológico. Há também atividades em grupos de gestantes, para acompanhantes, para o aleitamento materno e cuidados com os bebês.

Durante o período é feito acompanhamento do crescimento do bebê, através de exames laboratoriais, procedimentos técnicos e imunizações. As pacientes com casos de risco são conduzidas a um acompanhamento mais preciso.

É necessário salientar que a gestante tem direito a um acompanhante da sua escolha durante todo o processo de gestação e durante o trabalho de parto. Também é possível continuar com o acompanhante no parto e no pós-parto. Esse direito está de acordo com a Lei 11.108 do Estatuto da criança e do Adolescente.