Mononucleose, doença do beijo ou febre glandular, são os três nomes que a doença, causada pelo vírus Epstein-Barr, leva e é conhecida. O vírus transmissor da doença pertence ao grupo das herpes, ou Herpesviridae, e é uma doença benigna, que tem uma cura.
A mononucleose é mais comum em jovens de 15 a 25 anos, pois é o momento que o ser humano está conhecendo a vida sexual e começando a ter suas primeiras relações intimas, podendo ser com outras pessoas que contêm o vírus transmissor.
A transmissão da mononucleose é feita pela transmissão de saliva entre duas ou mais pessoas, sendo assim o beijo é a situação mais comum para acontecer o vírus transmissor ser transferido, por isso o nome popular de doença do beijo.
Causas e transmissão
90% das pessoas têm anticorpos específicos para os vírus que transmite a mononucleose. Sendo assim, quase toda a população já pegou mononucleose, principalmente quando criança, porém não percebeu ou ela não foi exposta. Por essa grande parte já ter tido o vírus no seu corpo, ela acaba virando imune, pela produção da defesa especifica contra ela, os famosos anticorpos.
Como citado anteriormente, a transmissão do vírus é feito pela saliva, sendo a válvula de escape para o vírus. O beijo é o primeiro vilão entre os meios para a transmissão, já que é o afeto mais fácil de duas pessoas passarem saliva entre elas. Também é possível a transmissão por outros contatos com secreções orais, como tosse ou espirros, transfusão de sangue ou a mulher gestante pegar adquirir o vírus durante a gravidez e transferir para o filho por via transplacentária, porém são casos mais raros de acontecer.
O tempo de incubação do vírus é de 40 a 50 dias para começar os primeiros sintomas.
Pessoas que foram infectadas, mesmo após cuidar da doença, ainda ficam com o vírus dentro dela por 18 meses, podendo infectar outras pessoas que tenha uma relação mais intima. Porém, o vírus da mononucleose não é tão contagioso, como os de outras doenças com transmissões parecidas, além de muitas pessoas desenvolvem anticorpos contra ele quando criança, assim tendo mais chances de se proteger.
Uma das dúvidas que muitas pessoas têm sobre essa doença é se ela é um tipo de DST, uma doença sexualmente transmissível. A resposta é simples, não, ela não pode ser transmitida durante o ato sexual, não existe nenhuma hipótese de transmissão pelo sexo, mesmo o oral.
Como a maior parte das doenças, a mononucleose é mais exposta em pessoas com imunidade baixa e com péssimas condições de saúde.
O caminho do vírus
Já foi frisado aqui que a principal via de acesso que o vírus tem para se espalhar é a boca, porém ela faz todo um caminho dentro do organismo humano, até alcançar seu alvo principal e deixar a pessoa doente com mononucleose.
Logo após ter o contato com a mucosa da boca, o vírus alcança a faringe, tendo como alvo as células do tecido linfoide e celular da própria faringe. Alcançando essas células o caminho para o vírus fica extremamente facilitado, pois ele consegue se estabilizar com facilidade ali e alcança o sistema sanguíneo, conseguindo se espalhar pelo organismo inteiro. Os órgãos que são os principais alvos, para acontecer à mononucleose, são o baço, medula óssea e fígado, além das próprias celular linfoides.
Sintomas
Os principais sintomas da mononucleose são:
- Febre alta por volta de 38º a 40º
- Dores na cabeça
- Cansaço muscular
- Inflamações na garganta e amígdalas
- Tosses
- Formação de placas brancas na garganta e amígdalas
- Inchaços no pescoço e axilas
- Inchaço e alterações no baço e fígado
- Após o inicio do tratamento, pode aparecer manchas vermelhas pelo corpo
- Paralisia facial e a síndrome de Hoagland, onde as pálpebras incham e diminuem, porém bem rara de acontecer
Alguns desses sintomas persistente no paciente durante algumas semanas, após o tratamento.
Sempre lembrando que, mesmo aparecendo esses sintomas, é necessário a avalição medica para comprovar se o vírus da mononucleose está espalhado pelo seu organismo.
Para o quadro clinico ter uma regressão e todos os sintomas passarem, é necessário cerca de dois meses. É uma regressão bem lenta.
Diagnóstico e tratamento
Após um dos algum dos sintomas serem descobertos ou sentidos pela pessoa, é necessário que ela passe por um diagnóstico médico, para acontecer os devidos cuidados, testes e exames.
Para descobrir e fazer o diagnóstico, o medico deverá começar a fazer uma analise pelos locais onde os sintomas ficam mais comuns, como a garganta, pescoço, pele e amígdalas, em busca de inchaços e inflamações. Após essa analise básica, exames de sangue, exames no fígado e baço, em busca do vírus, e exames sorológicos, com pesquisas de anticorpos irão ocorrer para confirmar se o paciente realmente está com a mononucleose.
A pessoa que já teve a doença não pode contrai-la de novo, sendo assim só é possível adquirir a mononucleose uma vez durante a vida.
Longos repousos e beber bastante líquido são essenciais para tratamento. Analgésicos que aliviam dores, que ajudam em dores de garganta e amígdalas, e febre alta também são recomendados, porém é extremamente recomendado procurar um médico antes de tomar qualquer remédio, pois alguns como a amoxicilina, não podem ser tomados por quem contraiu o vírus de mononucleose, pois dão efeitos colaterais. A doença dura cerca de semanas, podendo chegar a meses.
As maiores prevenções para se resguardar da mononucleose são tentar não ter contato, principalmente beijo, com pessoas que tiveram a doença a pouco tempo, não dividir colheres, garfos e copos, além de não ficar muito próximo a pessoas que estão tossindo ou espirrando muito.
Mesmo sendo uma doença não tão comum, pois boa parte das pessoas se torna imune a ela quando criança é muito importante tomar cuidados e procurar especialistas quando alguns dos sintomas forem detectados, pois o inchado de órgãos como o fígado e o baço pode ser extremamente perigoso, além dos incômodos de dores de cabeça e garganta. Também é importante frisar que não é proibido beijar ou ficar com medo disso, por causa da doença.