Diferente do que se pensa, a Leucocitose não é uma doença, mas sim uma resposta do nosso organismo às alterações que ocorrem em certas circunstâncias. Nessas ocasiões existe a elevação da taxa de produção dos leucócitos como uma reação da medula óssea a certas infecções bacterianas, causando o aumento de uma, duas, ou mesmo três tipos de células-mãe, que entram em divisão num espaço de tempo (de até 12 horas) muito menor do que os 2,5 dias normais para essa divisão. A concentração dessas células no sangue periférico caracteriza a leucocitose.
As células incumbidas da defesa e regeneração da nossa constituição física, os leucócitos, são uma parte importante da imunidade e entram em ação sempre que nossa saúde é ameaçada por um vírus, bactéria ou qualquer corpo estranho que se introduza em nosso organismo, atuando no sentido de eliminação deles com o objetivo de impedir que nos causem problemas.
Assim, a Leucocitose está relacionada às fortes reações como a asma e outras alergias e consiste de uma manifestação hematológica provocada pelo aumento dos leucócitos gerados para a proteção da saúde do nosso corpo.
A leucocitose também se constitui em ótimo indicativo no diagnóstico de algumas doenças, que pode ser realizado a partir da observação da predominância de células brancas aumentadas e, em alguns casos, da sua morfologia. A avaliação das características da Leucocitose e um exame clínico, podem orientar o médico no diagnóstico correto da doença, auxiliando na definição de tratamentos mais rápidos e eficazes.
Pode ser dividida em:
- Leucocitose fisiológica: caracterizada pela resposta a um estresse agudo em caso de exercícios físicos, anestesia e gravidez;
- Leucocitose reativa: devido a infecções por bactérias, inflamações, asma e outras alergias e doenças que afetam o metabolismo;
- Leucocitose patológica: desencadeadas a partir de doenças como leucemias, linfoides e linfomas.
Normalmente, a Leucocitose é responsável pelo combate às bactérias, e a linfocitose, que é o aumento dos linfócitos, é geralmente responsável pelo combate aos vírus.
O que são Leucócitos
São os glóbulos brancos produzidos na medula óssea e levados, junto com as outras células do sangue, para todos os órgãos do corpo. Nesse processo os neutrófilos são as células mais numerosas, seguidas pelos linfócitos.
O normal é que e a concentração desses leucócitos no sangue periférico, situe-se num valor de referência entre 3.800/mm³ e 9.800/mm³. Valores acima de 11.000/mm³ (WBC aumentada) indicam leucocitose e abaixo de 4.000/mm³ caracterizam a leucopenia.
Os leucócitos podem ser divididos em dois grandes grupos, os granulócitos e os agranulócitos.
- Granulócitos: apresentam grânulos no citoplasma e o núcleo com formato irregular, devido a esse formato, recebem o nome de polimorfonucleares. São classificados em neutrófilos, eosinófilos e basófilos;
- Agranulócitos: possuem núcleo regular. São classificados em linfócitos e monócitos.
Causas da Leucocitoses
Na maioria das vezes, as causas da leucocitose estão ligadas ao início de combates às infecções, indicando a defesa do organismo, ou o descontrole nas divisões celulares, sua definição dependerá das características e do tipo de leucócito aumentado, as bacterioses são caracterizadas pelo aumento dos neutrófilos, as viroses do aumento dos linfócitos, e nos casos de alergias e infecções.
A Leucocitose pode ser uma reação normal quando:
- Praticamos exercícios físicos musculares
- Na gestação
- Menstruação
- Stress
- Ingestão de alguns medicamentos,
- Esplenectomia
- Anemia hemolítica, dentre outros.
Porém, ela ocorre, geralmente, devido a um processo inflamatório desenvolvido a partir de uma doença recente, doenças inflamatórias e autoimunes como por exemplo a pneumonia e a artrite reumatoide, dos quadros alérgicos ou do efeito colateral de um remédio, etc.
Nos casos mais graves, onde ocorre uma contagem acima de 30.000/mm³, a Leucocitose traz risco de morte e está associada às doenças da medula óssea. Em uma pessoa adulta, pode indicar um distúrbio da medula óssea subjacente, incluindo-se a possibilidade de existência da leucemia ou cancro no sangue.
Sintomas Associados à Leucocitose
O sintomas da Leucocitose são raros e fundamentalmente os mesmos da doença base, dentre eles podem estar incluídos:
- dificuldade para respirar,
- febre alta (acima de 38ºC),
- sensação de formigamento no abdômen, braços e pernas,
- perda de apetite e tontura.
Sangramento, ou hematomas no fígado, ou linfonodos aumentados podem indicar distúrbio na medula subjacente.
Diagnóstico da Leucocitose
Para o diagnóstico da Leucocitose o clínico solicita um hemograma completo que fornecerá informações sobre cada um dos três principais tipos de células no sangue, o plasma, os glóbulos brancos e os glóbulos vermelhos e mostra se os seus níveis estão ou não normais. Ele consiste na contagem das células brancas e vermelhas, das plaquetas e dos reticulócitos na medição dos índices hematológicos, a dosagem de hemoglobina e do hematócrito no volume total de sangue.
O hemograma é uma das análises clínicas do sangue mais úteis e solicitadas para, entre outras práticas médicas, determinar e investigar a possível existência de anomalias no sangue. Ele é o exame indicado para o diagnóstico da Leucocitose que, quando constatada, dependendo do estado físico do paciente, o médico solicitará exames complementares para a determinação da causa doença ou do quadro infeccioso que a está causando.
Quando constatada a Leucocitose, é necessária a determinação de qual tipo de leucócito é responsável pela alteração apresentada. Geralmente, os neutrófilos e os linfócitos são esses responsáveis porque são as células mais numerosas na composição dos glóbulos brancos.
Nesse exame são informados ainda, a proporção de cada um dos cinco tipos diferentes de glóbulos brancos, se existem células brancas anormais no sangue, como indicativo de uma doença hematológica, a partir da amostragem das condições que podem afetar a medula óssea, espaço no meio dos ossos, onde são produzidos todos os tipos de células do sangue.
Pequenas variações para mais ou para menos não indicam necessariamente alguma doença, porém, quanto mais afastado o resultado estiver do valor de referência, pode significar a existência de uma patologia, considera-se normal os valores que ocorrem em 95% da população sadia levando-se em conta uma média de 2,5% um pouco abaixo ou um pouco acima dessa média. Alguns processos infecciosos podem fazer com que os leucócitos se elevem até 30.000/mm³, enquanto que na leucemia esses valores ultrapassam 50.000/mm³ de células, comprovando a existência de uma Leucocitose.
A avaliação das características da Leucocitose e o exame clínico do paciente são indicativos na orientação quanto ao correto diagnóstico. O clínico geral é o profissional da saúde no diagnóstico inicial da Leucocitose e o indicado para orientação no tratamento ou encaminhamento a outro especialista, como o hematologista, dentre outros.